Existem 22 cartas nos Arcanos Maiores. Embora cada uma das cartas do tarot dos Arcanos Maiores tenha seu próprio simbolismo e significado individual, elas não devem ser consideradas entidades independentes. Juntos, eles podem traçar uma linha do tempo ou um ciclo de desenvolvimento pessoal em direção à realização espiritual. Isso geralmente é conhecido como A jornada do herói no tarot.

O que é a jornada do herói no tarot?

Existem 22 cartas nos Arcanos Maiores. Cada uma das cartas do tarot dos Arcanos Maiores tem seu próprio simbolismo e significado individual. Ainda assim, juntos eles formam um caminho ou uma linha de história através de todas as grandes lições da vida em nosso caminho para a iluminação. Isso é conhecido como a jornada do Louco.

O Louco é o personagem central dos Arcanos Maiores, e ele é a carta com o número “0”. Ele é um personagem alegre que representa novos começos, inocência, improvisação e destino no futuro. Como uma figura arquetípica, O Louco é a autoimagem de cada um de nós. Existe um pequeno louco em cada um de nós. E sua aventura pelos arcanos maiores é uma metáfora para nossa própria jornada pela vida.

Conforme ele continua com suas viagens pelos Arcanos Maiores, ele encontra 21 personagens arquetípicos, coisas e eventos, como “O Mágico”, “O Eremita”, “A Torre” ou “A Morte”. Cada um deles carrega uma lição espiritual profunda que leva o Louco mais perto da realização. Portanto, no final da jornada está “O Mundo”, a 21ª carta, representando conquistas, realizações e conclusões bem-sucedidas.

A jornada do Louco pode ser dividida em fases que não são imediatamente evidentes quando você está apenas folheando as cartas. A divisão em etapas pode ser útil para todos nós que aprendemos o Tarot. Pelo menos para mim, me ajudou a entender e lembrar melhor o significado das cartas. Os três estágios diferentes são:

O plano material – Pessoas e situações com vários níveis de poder

O plano mental – Características das crenças e transformação das perspectivas

O plano espiritual – Desafios e recompensas que a alma precisa para se tornar plena

Como fazer a jornada do herói?

A seguir, descreverei a jornada do Louco por meio desses três planos. Eu o transformei em uma história de como eu o visualizo. Você pode fazer o mesmo com seu baralho de tarot e escrevê-lo em seu diário de tarot. Não precisa ser muito complicado e demorado; apenas use sua imaginação e escreva. Este é um excelente exercício, pois pinta a imagem da aventura em sua mente. Você pode experimentar a jornada do Louco por conta própria. Depois de ter essa experiência, é mais fácil extrair dela e lembrar o significado pessoal de cada carta.

A jornada do Louco através do plano material

As pessoas e situações que o Louco encontra durante as primeiras sete cartas podem ser vistas no plano material, físico ou, às vezes, no plano consciente. Essas cartas representam pessoas e situações com diferentes níveis de poder. Eles ensinam o Louco como dominar o mundo externo ao seu redor. Ele entende o que significa ter “poder” e como beneficiar o mundo usando-o com sabedoria.

Enquanto O Louco se prepara para sua aventura, ele improvisa uma pose pela última vez para as câmeras em frente de sua casa, olhando ao longe. Ele está cheio de energia para um novo começo. Ele se sente animado e cheio de alegria ao sair para a selva com sua companheira de apoio.

Depois de caminhar por um dia, ele encontra O Mago. Ele é um jovem de pé atrás de uma mesa, executando seus truques habilidosos. O Louco assiste maravilhado com suas habilidades e engenhosidade. Depois do show, o louco vai ao encontro do Mago, e eles acabam passando um tempo juntos. Naquela noite, o Mago o ensina a se sentir confiante. Ele diz a ele que tudo é possível se ele permanecer humilde e com os pés no chão.

No dia seguinte, o Louco continua sua jornada. Ele tropeça em um edifício semelhante a uma igreja. Lá dentro, ele conhece uma mulher sábia chamada A Sacerdotisa. Quando conversam, ela o ensina a ter sabedoria interior e a compreender que nem tudo é sempre o que parece. Impressionada com o jovem, ela envia o Louco para encontrar sua amiga íntima, que está por perto aproveitando seu dia.

Quando o Louco chega a um campo aberto, ele encontra A Imperatriz, o arquétipo-mãe de todas as cartas de tarot. Ela é a manifestação do amor maternal e nutridor. O Louco está maravilhado com sua energia e beleza feminina. Acolhendo o Louco, ela o ensina a ser gentil consigo mesmo e a buscar a beleza e a felicidade. Depois de uma longa conversa, ela o envia para encontrar seu marido.

Chegando a um castelo gigante, o Louco encontra O Imperador. O arquétipo do Pai está sentado em um trono e parece um líder forte e experiente. Ele é rígido, mas gentil, e ensina o Louco sobre regras e estrutura. Passando tempo com o líder carismático, o Louco aprende como tomar decisões firmes. Portanto, ele continua em sua aventura com mais confiança.

Viajando novamente, ele se depara com um mosteiro. Ele encontra O Hierofante lá dentro. Ele está celebrando uma missa para seus seguidores, então o Louco decide sentar e ouvir. Ouvindo o homem bondoso falar, ele aprende a importância da fé e da espiritualidade, dos valores e maneiras tradicionais, da educação e do conhecimento. Sentindo-se equilibrado consciente e inconscientemente, ele continua.

Ao sair do mosteiro, ele conhece um jovem casal que se apresenta como Os Amantes. Eles são um lindo casal que está cheio de amor um pelo outro. Passando algum tempo com eles, o Louco aprende sobre amar as uniões e buscar algo que nos complete. Ele deixa o casal com a sensação de que aprendeu mais sobre si mesmo e o que valoriza na vida.

Antes de chegar à próxima aldeia, ele encontra um guerreiro, em uma carruagem puxada por duas esfinges. Sua última lição no Plano Material é com O Carro, que lhe ensina que ser triunfante requer muito trabalho e dedicação. Ele aprende a concentrar sua energia em seu caminho ou propósito.

A jornada do Louco através do plano mental

As próximas sete cartas estão no plano mental ou subconsciente. Aqui, o Louco aprende sobre diferentes características ou sobre o processo de mudança de sentimentos, perspectivas e crenças. Quando ele viaja por este plano, O Louco encontra questões mais filosóficas e descobre quem ele realmente é.

Sentindo-se determinado, ele caminha focado em seu caminho, até encontrar uma mulher que parece ter domesticado um leão. Ela se apresenta como A Força. Passando algum tempo com ela, ele aprende que o poder nem sempre é físico, mas pode ser obtido por meio da compaixão e da paciência. Mas, para chegar a isso primeiro, devemos nos controlar.

Depois de deixá-la para trás, a noite começa a cair. É quando ele vê a luz no escuro. É um homem com uma capa segurando uma lanterna, que se apresenta como O Eremita. Embora feliz por conhecer o Louco, ele é um homem que ama a solidão. Ao passar a noite com o Eremita, o Louco aprende que pode encontrar sua sabedoria interior e respostas por meio da meditação, isolamento e reflexão. Com a mente mais clara, ele continua sua jornada.

Voltando da solidão na manhã seguinte, ele se depara com A Roda da Fortuna. Ao girar ele começar a girar e girar, ate que ele descobre que a vida não é um passeio sem fim. Haverá altos e baixos, pelos quais temos que enfrentar o tempo todo. Nada dura para sempre e devemos abraçar cada momento.

Depois de aprender a lição anterior, ele continua suas viagens até ver um tribunal. Lá dentro, ele encontra um homem de aparência importante que se apresenta como o Juiz. Com ele, o Louco descobre o conceito de Karma. A Justiça ensina a ele que todas as nossas ações e escolhas têm consequências e, portanto, ele deve sempre ser justo e fazer a coisa certa.

Sentindo-se como um cidadão obrigatório, ele continua sua jornada até encontrar um homem pendurado de cabeça para baixo em uma árvore. O homem está ali voluntariamente e o convida a seu lado para dar uma olhada no Mundo deste ângulo. Ele se apresenta como O Enforcado. O homem explica que sempre pode fica pendurado para se sentir preso e simplesmente mudar de perspectiva. Depois de receber um fluxo de sangue em sua cabeça, ele deixa o homem para trás.

Ele caminha ao longo de uma estrada até ver uma cena à sua frente. No centro dessa cena, há um esqueleto com uma armadura negra sobre um cavalo branco. Pessoas de todas as classes o cercam e fazem seu sangue por misericórdia. É quando o esqueleto pula do cavalo e se apresenta como A Morte. O Louco fica assustado no começo, mas a Morte logo explica que eles apenas têm uma peça de teatro acontecendo, e o que o Louco vê não é uma morte física, mas sim simbólica. A morte vem em muitas formas, mas sempre faz a transição de uma pessoa de um final para um novo começo. Ele também aprende que a mudança é uma constante neste mundo e, embora às vezes choca, pode no final das contas levá-lo a um lugar melhor.

Sentindo-se um pouco trêmulo após o encontro anterior, ele segue para seu encontro final no plano mental. Em um lindo lago, ele conhece A Temperança. Um anjo com aparência de personagem derrama água de um copo para outro. Ela o ensina sobre como é estar em equilíbrio, harmonia e paz com tudo o que o cerca. Ela explica que moderação em tudo é a chave para uma vida boa.

A jornada do Louco através do plano espiritual

No terceiro e último plano, o Louco aprende sobre espiritualidade e sobre coisas que vão além do autoaperfeiçoamento. É aqui que o Louco chega mais perto da conclusão, aprendendo as lições cármicas da vida.

Continuando sua jornada, o primeiro encontro do Louco neste plano é com O Diabo. A figura semelhante a uma fera está sentada no topo de um pilar, observando dois de seus escravos humanos obedecendo a seus comandos. O Diabo dá as boas-vindas ao Louco e demonstra o que acontece quando não há equilíbrio. O vício e a obsessão assumirão o controle e nos cegarão de tudo ao nosso redor. Ele explica que os humanos aqui são livres para ir embora, mas não o farão porque são viciados. Ele explica que a chave para evitar isso é confrontar seus lados mais sombrios e encontrar um equilíbrio interno.

Logo depois, ele se afasta do encontro com o Diabo, o Louco vê uma construção abalada. Diante de seus olhos, A Torre desaba. Chocado com o desespero do povo, o Louco fica para ajudar. A imensa destruição é seguida pela reconstrução. Por meio dessa experiência, ele aprende que a destruição é sempre uma oportunidade de renascimento e criação para construir algo mais substancial e melhor.

Ele sai da aldeia com uma nova positividade até que caminha pela noite escura e começa a se sentir perdido. Ele está ficando cada vez mais desesperado na escuridão da floresta até encontrar A Estrela. É a luz que o guia para fora da escuridão da noite e traz de volta a positividade. Isso o lembra que ele deve sempre ter fé e permanecer otimista, mesmo quando a situação parecer desesperadora.

Quando ele encontra seu caminho para fora da floresta com a ajuda da Estrela, ele chega a um campo aberto iluminado pela A Lua. Ele se recompõe e começa a caminhar pelo campo em direção a uma cidade que vê ao longe. Sua intuição o está puxando para lá, mas ele começa a questionar. Ele começa a ver e ouvir coisas à noite, e o medo começa a tomar conta. Na noite de luar, ele entra em contato com suas inseguranças e aprende que nem tudo é sempre o que parece.

Quando amanhece, o Louco deixa a noite das ilusões para trás e finalmente encontra O Sol. Ele sente a abundância de positividade passar por ele quando o Sol o energiza e o lembra de que a vida é bela. Ele agora está pronto para assumir o novo dia.

Depois de descansar e desfrutar do Sol, o Louco se sente renascido e sabe que está pronto para encontrar O Julgamento. Ele percorreu um longo caminho e descobriu que é a alegria, não o medo, que deve estar no epicentro da vida. Ele quer perdoar os outros e também a si mesmo e viver de acordo com uma verdade mais elevada.

E então ele percebe que chegou ao fim. Ele finalmente viu O Mundo através de seus olhos. Ele completou um ciclo e aprendeu todas as lições espirituais que encontrou.

Boa leitura!